“Quando o jornalista finge que sabe mais do que sabe e o entrevistado finge que sabe menos, o leitor acaba sabendo nada”, afirmou Frederico Vasconcelos, ou Fred, como gosta de ser chamado o jornalista do Folha de São Paulo que palestrou no Ielusc na última segunda-feira, 25. A petulância com que alguns jornalistas se revestem para sair às ruas e conseguir o que desejam para uma boa matéria pode ser justamente o que os afastam da qualidade final do texto. Talvez seja o momento de repensar a postura dos profissionais em comunicação social e de propor um novo papel ao Jornalismo.
Quando se fala em novo, subentende-se algo dotado de características possivelmente conhecidas, mas com algo diferente, inédito, original, moderno. Quando se fala em Jornalismo, subentende-se uma profissão que tem como base informações em tempo real. Para alcançar as informações, o profissional do Jornalismo precisa fazer o possível e transpor barreiras aparentemente impossíveis. O caminho para obtenção dos detalhes que comporão o todo é árduo; pode ser por vezes até arriscado. Até onde vai o limite da busca de informações para uma boa reportagem? Como encontrar o limiar entre a segurança e o sucesso? É possível para ambos caminharem juntos?
Arriscar, ser ousado, observar o inesperado, buscar o escondido: estas são ações que descrevem o novo papel do Jornalismo. Vale lembrar que ações são realizadas por pessoas, portanto estas descrevem o perfil do novo jornalista no mercado de trabalho. Há que ser necessário equilíbrio e bom senso na busca das informações.
O contato com as fontes – das mais diversas possíveis e com graus de dificuldade de acesso diferentes – é imprescindível na composição do bom texto. Fontes enriquecem e dão credibilidade ao trabalho. Fontes estreitam a distância entre o autor da matéria e o leitor. Fontes trazem o enredo para perto do leitor. Enfim, as fontes devem ser buscadas em toda ocasião após a definição da pauta.
Assim sabendo e fazendo, o bom Jornalismo atenderá ao seu papel descrito não somente em dicionários como também no juramento do profissional recém-formado na área: "Juro, no exercício das funções de meu grau, assumir meu compromisso com a verdade e com a informação. Juro empenhar todos os meus atos e palavras, meus esforços e meus conhecimentos para a construção de uma nação consciente de sua história e de sua capacidade. Juro, no exercício do meu dever profissional, não omitir, não mentir e não distorcer informações, não manipular dados e, acima de tudo, não subordinar em favor de interesses pessoais o direito do cidadão à informação."
Referência:
JURAMENTO DO JORNALISMO. Disponível em: http://www.guiadeformatura.com.br/juramento.php. Acesso em 27 de julho de 2011.
0 comentários:
Postar um comentário