Insatisfação com o Transporte Coletivo

Depender de transporte coletivo sempre foi um transtorno pra quem mora em grandes cidades. Em Joinville, não é diferente. A falta de uma infra-estrutura adequada e de um planejamento urbano dificultam a rotina de muitas pessoas que precisam enfrentar os ônibus todos os dias.

Henri Severien Junior, 22, diz que a quantidade de ônibus é insuficiente para atender toda a população com comodidade, e a escassez de algumas linhas atrasam o cotidiano de quem precisar ir para o trabalho com o transporte. "Saio do trabalho às 17h30 para chegar às 19h em casa. Esse percurso poderia ser feito em cerca de vinte minutos de carro", conta.

Além da insatisfação com o serviço prestado pelas empresas de transporte, Henri também reclama do preço da passagem, que hoje é de R$ 2,55 se comprada antecipada. “O preço é abusivo. É mais do que o necessário para manter as rotas e obter lucros”, declara.

Luidmila Feitosa, 27, também reclama das estruturas precárias em alguns terminais espalhados pelos bairros, além do caos que atinge o terminal central nos dias de chuva. “Sempre que chove, o terminal do centro alaga. Isso acontece há anos e ninguém toma uma providência”. A designer também cobra melhorias nos serviços oferecidos pelos terminais. “Os banheiros em geral são mal cuidados, e faltam bancos para acomodar idosos, mães com crianças de colo e portadores de necessidades especiais”, afirma.

Para a costureira Marlene dos Passos, 49, pegar ônibus ainda sai mais barato do que os custos com gasolina e manutenção de um carro, mas diz que se tivesse condições de adquirir um veículo, mudaria essa rotina. “Está cada vez mais complicado esperar por ônibus lotados em pontos sem cobertura. O horário de pico é a pior parte do meu dia”.

Segundo dados da Transtusa e Gidion, empresas responsáveis pela circulação dos coletivos, cerca de 130 mil pessoas utilizam os serviços de transporte todos os dias em Joinville. Ao todo, cerca de 300 ônibus percorrem quase 180 linhas urbanas por toda a cidade.

Além de todos os incômodos que os passageiros passam diariamente nos ônibus e nos terminais, a queixa geral de quem utiliza o serviço público é com o descaso do governo e das empresas sobre os apelos por melhorias. Apesar de investir em tecnologia, colocando com freqüência veículos modernos em atividade, as estações continuam mal administradas e com um número de linhas que não consegue atender uma metrópole com conforto e tranqüilidade.

Por: João Roberto de Lima