Sem data para acabar

Por Ednéa Anastácio

A greve dos servidores públicos de Joinville já dura 19 dias e até hoje, sexta-feira, não obteve resposta do Prefeito Carlito Merss. Acampados em frente à prefeitura, professores, auxiliares e enfermeiros reivindicam reajuste dos salários. Até o momento, nada aconteceu.

Para o professor de ensino fundamental Pedro Paulo Mira, 46 anos, o que mais está causando indignação nos grevistas é a falta de respeito do atual prefeito: “Carlito Merss não nos comunicou nada até agora, ele não aparece aqui. Queremos dialogar e a greve nada mais é do que uma provocação do diálogo.”

Acampados há dez dias em frente à prefeitura, os servidores se revezam com os servidores que estão acampados no Hospital São José. A professora Josiane de Souza Pereira, 31 anos, diz que os diretores dos colégios já estavam sabendo da greve desde a assembleia e deveriam ter avisado aos alunos para que estes não viessem às aulas pois não haveriam professores em sala.

Angela Stefhanie Miranda, que é professora e também sindicalista, é enfática: “O prefeito fez greve a vida inteira, sempre foi a favor do diálogo, da luta através das greves e agora ele está virando as costas, contrariando o que sempre acreditou. Ele não tem respeito pelos servidores. Vamos esperar até que ele venha nos receber e discutir conosco. Não arredaremos pé daqui enquanto isso não acontecer.”

A auxiliar de Educador Silvana Farias, 38 anos, também sindicalista, diz que os servidores farão uma arrecadação de alimentos entre eles para reforçarem a alimentação no acampamento. Durante o dia eles usam o banheiro da prefeitura e á noite usam o da cantina de lanches, localizada do outro lado da rua e fica aberta durante toda a noite.

Não há uma quantia exata de quantos servidores aderiram a greve, ao que o prefeito Carlito Merss também anda se confundindo. “Ele diz que são cerca de mil servidores em greve, mas quando fala do desconto na folha de pagamento diz que é referente à seis mil servidores ”, afirma o professor Pedro Paulo.