quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Passport para Santa Catarina



A joinvilense Cia. Rústico Teatral encenará a peça no Festival Catarinense de Teatro (Fecate)



                                         Concentração antes do espetáculo

                                         Ator Robson Benta como o jornalista


Vinicius da Cunha como soldado


Rodrigo Vargas é o oficial

               Num cenário de fronteira vigiada, com direito a soldados, torres de vigília, telas e arame farpado, tem início a história –inspirada em fatos reais protagonizados pelo autor- de um jornalista que desce equivocadamente numa estação de trem desconhecida, num país estranho.


                                         O cenário é composto por elementos que remetem o público...

                                          ...  à situação de uma fronteira longínqua.

                                         O palco é frontal, com proposta intimista.

                                         Grades, torres de vigia... um clima constante de apreensão!


Quando o dramaturgo venezuelano Gustavo Ott descreveu os momentos de angústia que vivenciou numa longínqua fronteira entre a Polônia e a URSS, a intenção era provocar a reflexão sobre a forma de tratamento dispensados pelas autoridades aos cidadãos do mundo e da essencialidade da linguagem. A identificação com o estilo de Ionesco, Arrabal, Kaffka e Beckett, referências para a peça, também remetem a Machado de Assis em sua obra “O Alienista”.









No caso de “Passport”, a obra é, sem dúvidas, original. As referências de estilo servem somente como balizamento literário para a dramaturgia de Ott, um dos mais destacados autores latino-americanos dos anos 1980. A peça foi escrita dois meses após o episódio em que foi detido, inquirido e espancado por soldados numa fronteira desconhecida.





No palco os atores Robson Benta, Rodrigo Vargas e Vinicius da Cunha, sob a direção de Samuel Kuhn, transmitem ao público toda a sucessão tragicômica instaurada por um não-diálogo ocorrido entre um estrangeiro, que desceu numa estação de trem equivocadamente e os guardas daquela estação limítrofe.



Numa situação de metáfora estabelecida pela relação do poder do homem sobre o homem, em suas mais variadas formas, como a opressão , abuso de poder e intolerância, a peça segue, tensa. São momentos de agonia entrecortados pelo riso ou indignação que conduzem os espectadores pelos recônditos da alma humana de “Passport”. Imperdível!









Texto e fotos: James Klaus

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