Um mar de Opalas no topo da Serra

Apesar do frio, os motores esquentaram no 2º Encontro de Opaleiros no último domingo (15), em Campo Alegre (SC). O Clube dos Opaleiros de São Bento do Sul (organizador) reuniu cerca de 165 automóveis. Os expositores resistiram das 8h às 15h, mesmo sob garoa, para mostrar a paixão pelos modelos antigos. Os veículos vieram de diferentes cidades de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e do Paraná.

Mesmo assim, a expectativa era maior. Segundo a organização do evento, a meta era aumentar o número de participantes em relação à primeira edição, quando reuniu 200 veículos antigos. Os termômetros marcando 14°C não interferiram tanto. O problema mesmo foi a chuva. “Muita gente confirmou presença, mas não veio por causa das condições climáticas”, comenta Edina Artmann, membro da organização do evento. Sobre o mesmo ser realizado por são-bentenses em Campo Alegre, Edina lamenta não haver apoio na própria cidade destinado a esse fim.

Para o auxiliar administrativo Gean Marcos Santos, cuidar de seu Opala 77 é mais que um hobbie. O modelo o faz rememorar a infância. “O que sinto é indescritível”, conta o são-bentense. Gean percebe que idosos viajam no tempo ao olhar seu carro. “Há mais gente que tem valor sentimental pelo modelo. Sinto-me cada vez mais motivado a preservar meu veículo quando vejo isso”. O opaleiro conta que o carro já participou de uma gravação de novela global e, mesmo aparecendo por apenas 2 segundos, foi suficiente para enchê-lo de orgulho e garantir um dinheiro extra. Gean garante também que o custo de manutenção de seu carro é relativamente baixo por confiar o serviço a um bom mecânico. “Os gastos são pequenos se comparados à alegria que esse carro me dá. Participo dos encontros, fiz e faço muitos amigos por conta dessa grande paixão”, orgulha-se.

Quem visitou a exposição gostou do que viu. O joinvilense Diogo Boing participa do Clube de Opaleiros de Joinville e subiu a serra movido ao fanatismo que tem pelo modelo. “Já visitei o primeiro encontro e pretendo visitar os próximos”, comentou.

A taxa de inscrição era de 1 quilo de alimento não-perecível por participante. Segundo a coordenadora de turismo de Campo Alegre, Samille Kestering, os donativos serão encaminhados à assistência social do município para distribuí-los às famílias carentes. A coordenadora afirmou que não há estimativa de quantas pessoas passaram pela exposição. “Assim como há quem vem acompanhado da família, tem aqueles que vêm sozinhos. Como se trata de local público e entrada franca, é difícil prever números”, conta Samille. No local, houve ainda comercialização de peças para os veículos e venda de produtos coloniais produzidos em Campo Alegre.

Por Sabrina Idalêncio

Correção parcial: Professor Silvio Melatti