A maior cidade de Santa Catarina acostumada com rótulo de pólo-industrial, reserva também uma grande área rural. Distante apenas dez quilômetros do centro, o bairro Vila Nova, é destaque da cidade quando o assunto é o setor agrícola, a histórica vocação para o setor resulta em trabalhadores que ainda vivem do campo e outros que adaptaram sua rotina a novos negócios.
O bairro Vila Nova foi um dos primeiros a receber moradores após a colonização de Joinville. Em busca de um caminho que aproximasse a colonia Dona Francisca da cidade de Curitiba os colonizadores abriram caminho passando pelo bairro. Os interesses dos proprietários da colonia por terras culminou com a colonização alemã na região. Os primeiros moradores fundaram inclusive o primeiro núcleo colonial de Joinville no final da Estrada Blumenau.
Na Estrada comprida os meios delocomoção remetem ao passado histórico |
A família Ross habitante da Estrada Comprida, (lateral da Estrada Blumenau) é testemunha e personagem real de parte dessa história joinvilense. O precursor da família foi Jacob Klingenfuss que veio da Alemanha para Joinville por volta de 1865. Jacob trabalhou na área rural, e iniciou a construção da casa em que a quarta geração da família mora hoje. Ricardo Hoss filho de Jacob deu continuidade na atividade agrícola passando a missão para seu filho Vilfredo Ross, atual morador e proprietário do café colonial “Família Ross”.
Jacob, o precursor dessa História |
Ricardo Ross, deu continuidade a história da família Ross |
Casa com mais de cem anos |
A esposa de Vilfredo, a senhora Sueli Ross, 57 é quem comanda a cozinha do Café Colonial. Segundo ela antes de 1999 a atividade da família era totalmente agrícola. “Nossa região era uma bacia leiteira, viviamos do leite, do plantio e venda de verduras e da venda de alguns produtos coloniais”. Ross, conta que a vida antes do “café” era muito difícil, para ela trabalhar exposta diretamente ao sol era muito difícil. Mas, as coisas mudaram, em 1999, uma parceria entre o poder público e a faculdade Ielusc proporcionou a comunidade cursos de formação turística, e de culinária, assim os moradores puderam ter uma nova oportunidade de negócio.
Sueli fazendo a verdadeira cuca colonial |
Em 2001 o portal do turismo rural foi inaugurado na estrada comprida e a festa foi na casa da Família Ross. “Improvisamos um café aqui em casa para comemorar a ocasião”, conta Sueli que ainda nem sonhava com a abertura de um negócio. Após a divulgação do evento moradores começaram a procurar a casa em busca de artigos coloniais e foi assim que a família Ross resolveu investir na abertura do café. Em 27 de agosto de 2001 o projeto se concretizou e a família inaugurou o Café Colonial da Família Ross.
Portal de Entrada da Estrada Comprida |
Sinalização de entrada do Café Colonial |
A rotina da Família Ross estava alterada. Desde então Vilfredo, marido de Sueli, planta somente milho, e alguns itens que são utilizados cozinha colonial. Segundo proprietária, apesar de receberem muitos visitantes nos finais de semana o carro chefe do negócio é a produção artesanal de pães coloniais que abastece toda a região do Vila Nova, Costa e Silva e Glória. “Trabalho das cinco da manhã as nove da noite mas ainda sim a vida hoje é melhor do que vida na roça!”.
Produção começa cedo para o café que é servido a tarde |
Texto e Fotos:
Leandro e Reginaldo
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