domingo, 19 de junho de 2011

Duplicação da BR-280/SC



A duplicação da BR-280 já virou novela. A obra, planejada desde 1990, ainda não tem data definida para começar.Como a rodovia é também trajeto de veranistas, o acesso às praias de São Francisco do Sul, Barra do Sul, Itapoá e Barra Velha fica ainda mais confuso no verão. A duplicação servirá para melhorar o escoamento da produção e facilitar o tráfego rodoviário, bem como promover o bem estar dos cidadãos que moram na região. 

Segundo o caminhoneiro Hélio Carli, 40 anos, o transporte rodoviário vem sendo muito prejudicado. “Na frente do Posto Sinuelo, em época de safra, temos de trafegar por cima das tartarugas para desviar dos caminhões graneleiros. O trecho precisa de uma rótula."
A fila de caminhões para passar pela triagem dos grãos ás vezes começa desde o Colégio Agrícola, ocupando todo o acostamento, até chegar ao posto de combustível, onde é feita a triagem.

Já para o caminhoneiro Nilson Anastácio, 48 anos, os problemas vem desde o quilometro zero, que fica localizado na entrada do Porto de São Francisco do Sul.Segundo ele, depois da enchente que houve na região, os problemas pioraram, pois a rodovia foi mal consertada. “ A pista não tem um acostamento decente, pois se o caminhão quebrar ou furar um pneu, o veículo terá que ficar com uma das rodas em cima da pista, sem contar as pontes que são muito estreitas e não tem acostamento. Se um pedestre precisar passar, vai ter que fazer isso por cima da pista.”

No trecho em que segue para Massaranduba e Blumenau, as filas já fazem parte da rotina nos horários de pico assim como no trecho entre Jaraguá do Sul e Guaramirim que, nesses horários, transformam 15 minutos de percurso em 1 hora e meia. O agenciador de cargas Ivo Junkes, 49 anos é taxativo: “O movimento no Porto triplicou nos últimos 3 anos e com isso o aumento do número de caminhões trafegando na rodovia também. O movimento é muito intenso e no trevo de Jaraguá é muito estressante. Eu evito de ir a Jaraguá por esse motivo.”

A estudante de Jornalismo e moradora de Jaraguá do Sul Tiffani Louise dos Santos, 20 anos, fala da dificuldade no trajeto para a faculdade: “Nesses três anos que venho para a faculdade, já presenciei muitos acidentes devido ao fluxo intenso de veículos na entrada e saída de Jaraguá.”

Segundo o DNIT, a abertura da licitação das obras está marcada para o dia 06/07/2011, no DNIT em Brasília . A meta para a contratação das empresas interessadas é até o final de 2011. O valor total da obra é de 885 milhões e a extensão do trecho a ser duplicado é de 76,4 km e localiza-se entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul.

A duplicação da BR- 280 está incluída no planejamento do desenvolvimento na área de infraestrutura do país e tem recursos assegurados pelo Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. A obra compreende ainda a restauração da pista antiga, a construção de 46 viadutos, quatro pontes, duas passarelas e dois túneis paralelos com mil metros de extensão, que fica entre o Morro Vieira em Jaraguá do Sul. O projeto compreende também contornos rodoviários nas travessias urbanas de São Francisco do Sul, Guaramirim e Jaraguá do Sul, melhorando o tráfego e segurança na região.

Entre os benefícios gerais da obra estão o aumento da capacidade do transporte de cargas, melhor integração com os sistemas portuário e ferroviário, condições operacionais ideais em termos de custos e, principalmente, de segurança. No trecho da duplicação a rodovia cruza cinco municípios (São Francisco do Sul, Araquari, Guaramirim, Jaraguá do Sul e Corupá) com uma população de aproximadamente 260 mil pessoas, de acordo com dados do último Censo do IBGE.

Para a realização do projeto da obra foram criados 15 programas ambientais, permitindo a licitação da obra. São eles:

1. Programa de Gestão Ambiental
2. Programa de Monitoramento Ambiental
3. Programa de Proteção a fauna e Flora
4. Programa de Monitoramento da Qualidade de Água
5. Programa de Controle de Material Particulado, Gases e Ruídos
6. Programa de Educação Ambiental para os Trabalhadores
7. Programa de Comunicação Social
8. Plano de Ação de Emergência e de Gerenciamento de Riscos
9. Programa Ambiental de Construção (PAC)
10. Programa de Adequação e Recuperação de Áreas Degradadas
11. Programa de Adequação dos Passivos Ambientais do Meio Socioeconômico
12. Programa de Proteção ao Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural
13. Programa de Apoio às Comunidades Indígenas
14. Programa de Compensação Ambiental
  1. Programa de Desapropriação

    Quanto aos animais que vivem na região e são constantemente atropelados na rodovia, a obra contará com a construção dos “passa-fauna”, que são estruturas que permitem a travessia de animais sob a pista em segurança e serão construídos nos locais de travessia indicados pelo Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e aprovados pelo Ibama.

    Obs: As fotos são de alguns trechos da BR-280 que não necessariamente refletem a situação da qual fala o texto.


    Por Ednéa  Anastácio


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