Vivendo em 2 rodas

23 trilheiros e muita sede por aventura. Esse é o resumo de um final de semana cheio de adrenalina que passei junto do grupo de trilheiros Motoshow, de Joinville.

A saga teve início as 6:30 da manhã do dia 12 de março, quando todos se reuniram em frente de uma sorveteria na zona sul da cidade. Dali seguiram as 7 em ponto para o seu destino: o Alto Quiriri. Porém, ninguém tinha contado com um agravante que atrasaria todo o passeio.

Na época tinham acontecido muitos desmoronamentos de terra na serra que liga Joinville e Curitiba, por isso, muitos motoristas estavam usando a Serra Dona Francisca como rota alternativa. Agora junte: o trânsito da BR 101, muitos caminhões, chuva e uma ladeira que você terá como saldo final um belo congestionamento. Foram aproximadamente 1 hora e meia de atraso.

Passado o congestionamento, todos tocaram em frente até chegar à estrada que dava acesso ao Alto Quiriri. Seguiram até a casa do Seu Zé, um senhor que mora a muitos anos na região e que oferece o seu terreno para o grupo deixar seus veículos e assim, seguir de moto. Eu segui em uns dos 3 carros de apoio, que serviram para levar a alimentação e a bagagem dos que seguiram de moto.

A partir daí foi só emoção. Durante o caminho pegamos 4 pontos de alagamento, sendo que no pior deles foi necessário uma Toyota para puxar os outros veículos. As motos em compensação passaram facilmente nessas partes, mesmo assim o espírito de equipe e o companheirismo não deixaram ninguém para trás. Cada vez que era preciso enfrentar algum obstáculo, todos aguardavam até que o último trilheiro tivesse passado por ele.

E como se ainda não fosse suficiente todo o drama já vivido, encontramos quase no fim do caminho um deslizamento de terra. No mesmo instante pensamos: “Pronto, é hora de voltar pra casa!”. Mas novamente a união fez a diferença. Todos desceram de suas motos e começaram a tirar as pedras e o barro com as próprias mãos e assim em poucos instantes o caminho estava livre para seguirmos em frente.

Em mais alguns minutos já era possível avistar a casa onde passaríamos a noite...

A partir daí tudo correu da melhor maneira possível e a volta foi bem mais tranqüila. Com certeza todos esses homens terão muitas histórias dessa aventura para contar aos seus filhos e netos.

Texto e fotos por: César Guilherme Cadorin